19 outubro, 2010

A lenda de Jericho


Texto: Webert Pimentel.


Um mar de lava incandescente se agitava com o barulho de marteladas potentes e incessantes. Do centro do oceano de fogo se erguia um pilar de pedra sólida que se elevava solitário e quase consegui alcançar o teto daquele local que era formado de uma rocha mais negra do que o pilar, de onde brotavam estalactites.
No topo do pilar um ser menor que um homem comum exibia algo diferente, onde deveria existir uma mão havia um enorme martelo de ferreiro. A criatura dotada de um corpo forte e moreno coberto por cicatrizes usava apenas uma calça em farrapos e um avental de couro. No topo da cabeça não havia cabelos, apenas um tipo de escritura gravada em sua pele em forma de espiral brilhavam tão vivas como o metal que o ser moldava, o rosto duro e inexpressivo apresentava uma longa barba que chegava próximo ao chão e seus olhos eram órbitas cor de chumbo que refletiam as faíscas que o martelo fazia quando batia no ferro fundido. Em seu braço esquerdo onde jazia a mão que sobrava, ele manuseava um tenaz enorme, segurando o metal que começava a tomar forma de uma espada longa.
O pedestal só tinha lugar para criatura, era adornado com as mesmas escrituras que ficavam na cabeça do ferreiro, mas estas além de brilharem, dançavam por toda superfície. Era ali que a arma tomava forma.
As marteladas ficam cada vez mais pesadas a ponto de tremer todo aquele local, estalactites começam a despencar do teto como chuva, o mar incandescente ficava mais revolto, criando ondas gigantes que chegavam quase ao topo do pedestal, colunas de fogo se levantam em torno dele e lambiam o teto. O som do martelo agora era acompanhado por uma risada titânica que saia da boca do ferreiro, seu rosto estava tomado pela insanidade, todo o corpo começou a se incendiar. Formou-se uma grande rachadura no martelo encontrado no seu antebraço, o altar se partiu em dois junto com o pedestal que caiu nas chamas, então tudo se acalmou.
De toda aquela loucura só sobrara o mar de lava que agora não passava de um enorme lago, onde agora o ferreiro andava intacto sobre as chamas erguendo com sua única mão a espada que criara. Falou com voz grossa:
— Eu, Koriûm, o senhor dos anões e Deus da Forja, acabo de criar a arma mais poderosa que já existiu, para que com ela um grande guerreiro nos livre do grande mal que nos domina.
  

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