Começar a escrever – um artigo, post, carta, relatório ou o que for – nem sempre é fácil. E a dificuldade aumenta conforme se aproxima o final do seu prazo e a inspiração se recusa a surgir. Mas você pode lidar com isso.
Não existe uma receita padronizada que faça surgir a inspiração ou o assunto, mas há uma série de providências que você pode tomar para aumentar as suas chances de começar logo a juntar letras, palavras e frases e fazer seu texto decolar. E quando não se trata de um texto científico ou sujeito a normas como as da ABNT, o processo criativo pode e deve ser estimulado.
Para início de conversa, escolha bem o seu tema, ou o foco que você vai dar ao tema, caso não haja liberdade completa de escolha. Se você achar o seu tema chato, é bem provável que seu texto, se um dia você o completar, vá ser mais uma razão para comprovar esta opinião. Mesmo os temas mais áridos podem ser abordados por perspectivas menos enfadonhas, e cabe ao autor descobrir como ter acesso a elas.
Um erro comum – e fácil de evitar – é já querer redigir desde o começo, na ilusão de que assim a tarefa terminará mais depressa. Puro engano: assim demora mais, e esta escolha ainda leva a retrabalhos e outros desperdícios de esforço – ou pior: boas idéias para o desenvolvimento e conclusão do texto acabam rejeitadas porque não combinam com os parágrafos iniciais que você já redigiu.
Comece pelo começo
Se você escreve com freqüência (e especialmente se ganha a vida – ou algum dinheiro – com isso), vale a pena reservar um espaço adequado para esta atividade, onde você possa trabalhar sem ser interrompido a todo instante. Se não for possível, no mínimo organize a sua escrivaninha ou área de trabalho – a desorganização visível é um verdadeiro escoadouro de concentração e energia mental, e o próprio ato de organizar a mesa pode ajudar a colocar em ordem as idéias que já devem estar rondando no seu subconsciente.
Aliás, se uma idéia surgir neste momento, não a censure, e nem deixe para depois. Anote imediatamente, e com os detalhes que tiverem surgido junto. Procure reunir todas elas em uma mesma folha, bloco ou documento, porque isso não apenas vai facilitar a sensação de progresso (pelo visual da folha sendo preenchida), como ainda vai facilitar a organização de todas estas idéias depois. Se você escreve com freqüência, vale a pena ter um bloco (ou, melhor ainda, um arquivo de fichas padronizadas) para catalogar as idéias que surgem.
Nesta fase inicial, não imponha barreiras à sua capacidade geradora de idéias – faça como os profissionais da criação, que há décadas empregam o brainstorming, sessões de frenética anotação de idéias para *posterior* classificação. Em especial, não cometa o erro de tentar já ir compondo as frases e parágrafos que serão aproveitadas no seu texto final. Esta atividade de filtragem, moldagem e adaptação deve ficar para um segundo momento, quando você já tiver coletado suficiente matéria-prima na forma de idéias.
Se o brainstorm não gerar idéias em quantidade suficiente, aqui estão algumas sugestões de complementação: perspectiva histórica sobre o tema, estatísticas e outros números relacionados a ele, citações e frases de personalidades a respeito do seu tema, erros e equívocos cometidos a respeito do tema, correlações do seu tema com acontecimentos recentes e relevantes, estudos sobre como seu tema pode gerar vantagens ou ganhos para grupos específicos, concorrentes ou parceiros do seu tema.
Neste ponto você já começou a escrever
Após reunir um número suficiente de idéias, você verá que na verdade já começou a escrever o artigo, e já formou em sua cabeça o que será a idéia central dele, ou a sua conclusão. Neste momento começa a parte mais trabalhosa e mecânica da produção do seu texto: a filtragem, organização e composição do conjunto ordenado que vai levar o leitor a esta conclusão que você já identificou. Procure montar em sua mente (ou em uma folha de papel) o mapa do artigo, registrando quais das idéias levantadas anteriormente serão apresentadas na abertura, no desenvolvimento e na conclusão. A partir daí, passa a ser uma questão de preencher as lacunas e de redação propriamente dita.
Após completar a versão inicial, e antes de começar os cortes e adequações de formatos, entregue para alguém de confiança ler e conversar com você a respeito. Às vezes há saltos e furos na lógica que são muito simples de corrigir, mas que você nem ao menos chega a identificar – e eles podem ser evidentes para o seu leitor-cobaia. Quase todo trabalho escrito pode ser criticado e receber sugestões, portanto se o seu leitor de confiança sempre devolver suas versões iniciais dizendo que estão ótimas e que nada precisa ser mudado, talvez você precise escolher outras cobaias! Da mesma forma, quando receber um texto de outra pessoa de sua confiança para analisar, esforce-se para analisá-lo com a postura crítica que a ocasião exige.
E após esta análise, você terá chegado àquele marco que parecia tão inalcançável no início do projeto: você já tem sua primeira versão, e precisa apenas editá-la mais. É trabalho árduo pela frente, mas a parte mais difícil já estará vencida.
Fonte: efetividade.net
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