05 novembro, 2010

A União Imperial - Vol. 2 [Parte 3]


MAXIMILLIANUS, O FORTE

Vernam viajou por vários dias, caminhou entre carvalhos e espigueiros, percorreu rios e superou montanhas. Atravessou a completa vastidão da Floresta do Norte, no caminho encontrou ents protetores, gnomos e outros elfos, que viviam pacificamente sob sua tutela, desfrutando da imensa mata natural, dada aos seres selvagens pela poderosa deusa regente das terras selvagens, a Grande Mãe.

A jornada de Vernam se iniciou com a viajem através dos campos, e durou pouco mais que alguns dias, até que alcançou a vila perdida dos últimos remanescentes da civilização moderna, um recanto escondido ao largo das árvores, onde elfos estrangeiros viviam pacificamente entre as dádivas naturais do ambiente. Lhes fora permitido construir casas, um templo e um salão de festas para receber visitantes. 

Ali Vernam encontrou um conhecido de sua infância.

Maximillianus era um elfo alto e, ao contrario da maioria de sua raça, forte e corpulento. vestia-se como um camponês, mas seu comportamento revelava um nobre imponente, possuidor de grande inteligência e habilidades superiores aos seus iguais. Era amigo fiel do antigo mestre da floresta, e muito o entristecera a notícia de seu assassínio, mesmo que fosse esse o costume da tribo à qual hoje Vernam era chefe. De todo modo, não pôde desrespeitar um costume tão antigo e considerado honrado naquelas terras, logo, respeitava igualmente o novo senhor dos druidas, por mais que não lhe cedesse nenhuma admiração ou afeto.

Vernam foi recebido com frieza pelos habitantes, a maioria lançava-lhe lhares acusatórios à distância. Como não era um líder carismático e não apresentava nenhuma misericórdia com insurgentes, se tornara um mestre selvagem temido e, a despeito de sua competência, odiado por muitos.
 
Caminhou até o salão, onde avistou de imediato a quem procurava. Maximillianus estava de pé, observando um antigo mapa jogado sobre a mesa de carvalho velho, mantinha os fortes braços bronzeados cruzados enquanto observava com dureza o papiro extendido diante de si. Outros elfos o acompanhavam na contemplação, mas à entrada de Vernam no recinto todos dirigiram seus olhares ao ilustre visitante. Nada precisou ser dito, Maximillianus desviou o olhar do mapa e caminhou na direção do druida, passando ao seu lado em direção à saída do recinto, sendo logo seguido pelo soberano.

Após alguns minutos de um diálogo frio e direto, o poderoso elfo ergueu as o olhar sobre a vila e apertou os olhos procurando, até encontrar a pessoa que lhe seria útil. Caminhou entre os residentes, que realizavam calmamente seus afazeres diários, e encontrou entre um grupo de jovens elfas uma em especial, de cabelos loiros e lindos olhos verdes. A guiou até o druida, que lhe recebeu com um olhar crítico e carrancudo. A princípio a jovem recusara a proposta do elfo, até que as palavras de Vernam lhe atingiram em cheio.

-- Esta pequena criatura não me será de grande utilidade, encontre alguém experiente, alguém que seja útil.
 
A elfa o encarou como a um inimigo mortal, estendeu a mão e fez surgir sobre a palma nua um pequeno raio púrpura, que por pouco não atingiu a face do druida. Vernam deu um salto para trás e percebeu que a jovem poderia oferecer mais do que viam seus olhos não muito mais experientes que ela. Decidiu aceitar a jovem como companhia em sua campanha.

Assim, partiram os dois jovens elfos, Vernam e Sylenna, sob as bençãos de Maximillianus, que obrigara a garota a acompanhar o imperioso senhor das terras até que ele lhe liberasse de seu desígnio. O casal recebeu cavalos para a jornada e partiu no dia seguinte para o sul.

Para a terrível civilização, onde homens destruiam, construiam, e pensavam estar evoluindo.


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