30 setembro, 2010

A União Imperial - Vol. 1 [Parte 4]


 A CANÇÃO DE NADIR

"A muito tempo, em terras estranhas,
um homem diferente voltava da labuta,
cantando entre bosques e montes verdejantes,
gozava o dia-a-dia em sua vida de luta.

O canto dos pássaros que no bosque viviam,
alimentava todo instante seu espírito trabalhador,
voltava apenas no fim do dia pra casa,
e a felicidade compartilhava com seu grande amor.

Alegrando as crianças que na vila moravam,
o camponês tocava seu velho violão,
contava histórias de heróis poderosos,
que sempre encontravam o mesmo vilão.

Então veio o inverno impiedoso,
cobrindo as campinas com seu manto branco,
não sabendo o trabalhador o que logo viria,
descobriu naquele dia o sentido do pranto.

Muitas lanças e escudos cobriram a colina,
elmos negros como a noite os cavaleiros vestiam,
com armas e impiedade trouxeram o terror,
e destruiram as famílias que na vila viviam.

O camponês encontrou-se sozinho na neve,
deformado e abatido por um grande sofrer,
viu os corpos espalhados de todos os amigos,
e jurou a si mesmo que o cavaleiro ia morrer.

Algum tempo depois daquele inverno terrível,
o camponês já vivia seu novo legado,
rondava as terras longínquas de casa,
o desejo de vingança havia lhe cegado.

Sua máscara escondia o rosto torcido,
que as chamas do cavaleiro teriam deformado,
mudou sua voz, seu vestir e o agir,
para a todos enganar fingindo ser um bardo".


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